Coluna de Edu Almeida no Correio Popular (29/05/2013) sobre Delírio de Damasco, de Veronica Stigger:
Testemunha auricular
É um projeto curioso, literalmente e literariamente. Literal porque exige prontidão para capturar conversas alheias, descobrir nelas o que há de incompleto, ambíguo e intrigante, ser enxerido mesmo. Literário porque as falas, devidamente apropriadas e transcritas, rendem livro, tornam-se públicas, voltam às ruas em novo formato. Ora, se um mictório retirado do banheiro se fez arte ao ser levado à sala de exposição, algumas frases recolhidas diretamente da boca do povo podem seguir a mesma lógica e se transformar em literatura quando fixadas no papel. Refiro-me ao livro Delírio de Damasco, criado às orelhadas por Veronica Stigger, a partir de conversas entreouvidas nas ruas da cidade.
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