Entrevista concedida por Veronica Stigger ao nós da comunicação sobre Delírio de Damasco:
No livro ‘Delírio de Damasco’ (Ed. Cultura e Barbárie, 2012), a gaúcha Veronica Stigger registrou frases entreouvidas por aí. Captados nas ruas da metrópole, os fragmentos de discurso podem ser enigmáticos, eróticos, divertidos ou vazios, mas sempre intrigantes. “Uma frase deslocada de seu contexto original pode adquirir sentidos renovados”, diz a autora. “Acredito que um certo momento da nossa sociedade está inscrito nessa sequência de frases. Por isso, gosto de pensar que o que fiz foi uma espécie de arqueologia poética do presente.” Confira a entrevista:
Nós da Comunicação – O que revelam os fragmentos de conversas pinçados aqui e ali nas ruas de uma metrópole?
Veronica Stigger - Em geral, os fragmentos giram em torno da tríade mais frequentada nas conversas brasileiras (e talvez não só nestas, mas vivemos aqui…): sangue, sexo e grana.Nós da Comunicação – Como foi o processo de escolha e edição das frases que compõem o livro?
Veronica Stigger - Dentre os tantos fragmentos que ouvi por aí, selecionei aqueles que possibilitavam as mais diferentes leituras e aqueles que chamam a atenção pelo inusitado do assunto ou pela maneira especialmente significativa como são ditos. Acredito que um certo momento da nossa sociedade está inscrito nessa sequência de frases. Por isso, gosto de pensar que o que fiz foi uma espécie de arqueologia poética do presente.